Bet da Caixa

Caixa suspende o lançamento por determinação do Palácio do Planalto.

A Caixa Econômica Federal suspendeu o lançamento da sua plataforma própria de apostas de quota fixa — apelidada de “Bet da Caixa” — após sinalização do Palácio do Planalto. O produto, que vinha sendo preparado desde 2024, seria lançado ainda em 2025, com projeções internas de arrecadação bilionária em 2026, conforme informação do próprio presidente da instituição Carlos Vieira. A decisão do governo congela a estreia e abre uma rodada de reavaliação política e técnica.

Foto: Agência Brasil

A proposta da Caixa era operar uma casa de apostas on-line, integrada ao ecossistema das loterias e acessível por aplicativo e web, como forma de defender participação de mercado diante do avanço das bets privadas e ampliar a arrecadação vinculada a políticas públicas. A área técnica do banco vinha estruturando equipe, fornecedores e fluxos de compliance para atender às regras da Secretaria de Prêmios e Apostas (SPA/MF) e às exigências de responsabilidade social (controles de idade, limites de exposição e avisos de risco).

O freio do Planalto ocorreu após repercussão negativa e pressões políticas — tanto de setores do próprio governo quanto da oposição —, que apontaram incoerência entre o discurso crítico do Executivo sobre o impacto social das apostas e a criação de uma bet estatal. Pesou também o timing: a leitura no núcleo político é de que o tema desorganiza a agenda e acirra o debate em ano pré-eleitoral, com potencial de desgaste junto ao eleitorado moderado.

Nos bastidores, o movimento é tratado como suspensão preventiva: a orientação é reavaliar desenho, narrativa e calendário antes de decidir por retomada, reformulação ou cancelamento definitivo. Enquanto isso, entidades ligadas à rede lotérica defendem o projeto como estratégico para preservar o papel das loterias públicas no mercado regulado.

A plataforma está suspensa e sujeita a revisão. O governo deve reavaliar impactos financeiros, aderência regulatória e diretrizes de proteção ao consumidor antes de dar qualquer novo passo. Até lá, valem as regras gerais do mercado regulado e as portarias da SPA/MF para operadores privados já em conformidade.

Sobre o autor

Compartilhar em: