Bolívia tem novo presidente.
Depois de 20 anos de governos de esquerda, Bolívia elege um político de centro-direita.

Rodrigo Paz Pereira é eleito presidente da Bolívia.
O senador Rodrigo Paz Pereira venceu o segundo turno das eleições presidenciais na Bolívia e assumirá o comando do país em meio à mais grave crise econômica em anos. Com cerca de 54,5% dos votos, ele derrotou o ex-presidente Jorge “Tuto” Quiroga e pôs fim a quase 20 anos de domínio do Movimento ao Socialismo (MAS). A Justiça Eleitoral indicou que a vantagem é irreversível e confirmou a vitória do candidato, que deve tomar posse em novembro.
Nascido em 1967, Paz Pereira é senador por Tarija e filho do ex-presidente Jaime Paz Zamora (1989–1993). Atuou como prefeito de Tarija (2015–2020) e antes foi vereador e deputado. Construíu carreira com imagem de gestor municipal e articulador regional, chegando ao Senado em 2020.
O que prometeu na campanha
Durante a campanha, Paz apresentou uma plataforma econômica de reformas graduais, com foco em estabilização e estímulo à atividade privada. Entre os compromissos anunciados estão:
- Ajustar o regime cambial, com transição do câmbio fixo;
- Rever subsídios a combustíveis de forma faseada e reduzir investimentos públicos para recompor as contas;
- Implementar um programa de “capitalismo popular”, com apoio a pequenos negócios, redução de tarifas de importação e agenda anticorrupção;
- Fortalecer mecanismos de rastreabilidade do gasto público.
Desafios imediatos
O novo presidente herda um quadro de pressões fiscais, perda de reservas internacionais e tensões sociais geradas pela crise de abastecimento. Embora sua aliança tenha conquistado a maior bancada, não terá maioria absoluta no Congresso, o que exigirá negociação para aprovar medidas estruturais.
Próximos passos
A equipe de transição deve detalhar o cronograma das reformas econômicas e a composição do ministério nas próximas semanas. Observadores apontam que a velocidade dos ajustes — nem lenta a ponto de perder credibilidade, nem brusca a ponto de acentuar a recessão — será decisiva para o início do mandato.
A vitória de Paz é lida por analistas como um redirecionamento do eixo político boliviano após quase 20 anos. Caberá ao novo governo transformar o capital eleitoral em estabilidade e crescimento, preservando programas sociais e recompondo a confiança de investidores e da população.
Posse prevista: novembro de 2025.
