Bonita, mas prejudicial em alguns casos

Espatódea em Santa Catarina: árvore exótica é tóxica para abelhas; Estado proíbe plantio e lança campanha de combate
A espatódea (Spathodea campanulata), também chamada de bisnagueira ou tulipeira-do-Gabão, é uma árvore ornamental africana associada à morte de abelhas, especialmente as sem ferrão. Estudos no Brasil mostram abelhas encontradas mortas dentro das flores e efeito tóxico de néctar e pólen sobre a sobrevivência de operárias em condições controladas.
Por que faz mal
Pesquisas descrevem mucilagem pegajosa nas flores — que pode aprisionar insetos — e compostos com atividade inseticida no néctar, capazes de reduzir a sobrevivência de abelhas nativas (gênero Melipona). Há registros de mortalidade de meliponíneos nas flores e evidências laboratoriais de toxicidade do néctar e do pólen.
O que diz a lei em Santa Catarina
Desde 2019, a Lei Estadual nº 17.694 proíbe em todo o território catarinense a produção de mudas e o plantio de espatódea. A norma lista os nomes populares e embasa ações de fiscalização e manejo. Em outubro de 2025, o Instituto do Meio Ambiente (IMA/SC) lançou a campanha “Flora Exótica Tóxica para Fauna – espatódea”, para reforçar o cumprimento da lei, orientar substituições e mobilizar prefeituras, viveiristas e cidadãos.
Veículos estaduais detalham que árvores já plantadas devem ser cortadas e substituídas por espécies nativas, com multa prevista para quem descumprir; reportagens citam R$ 1.000 por planta, com dobro em caso de reincidência. Na área urbana, a remoção pode exigir autorização prévia da prefeitura.
Campanhas e ações locais
Além da campanha estadual do IMA, municípios vêm substituindo espatódeas em vias públicas e orientando o paisagismo. Em Jaraguá do Sul, a fundação ambiental local iniciou identificação e corte da espécie por risco às abelhas nativas. Em paralelo, câmaras municipais têm estimulado a meliponicultura urbana (abelhas sem ferrão) como política de biodiversidade — caso de Joinville em 2025.
O que plantar no lugar
O IMA recomenda espécies nativas adequadas a cada bioma catarinense. Exemplos citados nas orientações: aroeira (Schinus terebinthifolia), ingá-cipó (Inga edulis) e mangue-formiga (Clusia criuva), entre outras — lista que pode variar por região.
Serviço ao leitor
- Tem uma espatódea em área urbana? Procure a prefeitura antes de remover (exige autorização em muitos municípios) e peça orientação para substituição por nativas.
- Denúncias e dúvidas: o IMA/SC mantém canais de atendimento e página de Espécies Exóticas Invasoras com materiais educativos.
Em síntese: a espatódea combina efeitos mecânicos e químicos que matam polinizadores, e por isso é proibida em SC. A campanha do IMA busca frear a proliferação, orientar substituições e proteger as abelhas, fundamentais para a agricultura e a biodiversidade catarinense.
