Brasil sai do top 10 das maiores economias do mundo e cai para 11ª posição
Levantamento da Austin Rating com dados do FMI mostra Brasil em 11º lugar no PIB em dólares em 2025, após crescimento fraco e avanço da Rússia; IBGE aponta alta de 3,4% em 2024, mas cenário acende alerta.

O Brasil não faz mais parte da lista das 10 maiores economias do planeta em 2025. Levantamento da Austin Rating, com base em projeções do Fundo Monetário Internacional (FMI), mostra que o país caiu da 10ª para a 11ª colocação no ranking do PIB nominal em dólares, sendo ultrapassado pela Rússia e ficando atrás também do Canadá.
De acordo com o estudo, o PIB brasileiro em 2025 é estimado em torno de US$ 2,25 trilhões, o que representa cerca de 1,9% da economia mundial, enquanto a Rússia aparece com cerca de US$ 2,54 trilhões e o Canadá com cerca de US$ 2,28 trilhões. A nova hierarquia das maiores economias em dólares fica assim: Estados Unidos, China, Alemanha, Japão, Índia, Reino Unido, França, Itália, Rússia, Canadá e, em 11º, o Brasil.
O rebaixamento ocorre logo após a divulgação, pelo IBGE, de que o PIB do Brasil cresceu apenas 0,1% no terceiro trimestre de 2025 em relação ao trimestre anterior, confirmando uma desaceleração da atividade ao longo do ano. Em 2024, porém, a economia havia avançado 3,4%, fechando o ano em cerca de R$ 11,7–11,8 trilhões, puxada por serviços e indústria.
Importante destacar que, segundo a própria Austin Rating, a saída do top 10 não significa um “afundamento” da economia brasileira, mas sim uma combinação de fatores externos. O relatório ressalta que não houve deterioração relevante nos fundamentos do Brasil; ao contrário, houve valorização do real e melhora das expectativas de crescimento. O grande movimento veio da Rússia, cuja moeda, o rublo, se valorizou mais de 39% no ano, impulsionando artificialmente o PIB medido em dólares e fazendo o país saltar de 11º para 9º lugar, ultrapassando Brasil e Canadá.
Outro ponto de contexto é que esse ranking se refere ao PIB nominal em dólar, muito sensível a oscilações cambiais. Quando se olha o PIB em paridade de poder de compra (PPP), métrica que ajusta o tamanho da economia ao custo de vida, o Brasil continua figurando entre as oito maiores economias do mundo, com PIB estimado em torno de US$ 4,8–4,9 trilhões em PPP, segundo dados consolidados a partir do FMI e do Banco Mundial.
Mesmo assim, a perda de posição no ranking nominal acende um sinal de alerta. Com crescimento trimestral fraco, elevado custo de capital e desafios estruturais em produtividade, infraestrutura, educação e ambiente de negócios, o país corre o risco de perder relevância relativa na economia global se não acelerar reformas e investimentos. A própria Austin projeta que, mantido o cenário atual, o Brasil deve permanecer na 11ª posição também em 2026, enquanto Rússia e outras economias seguem ganhando espaço.
Para o cidadão comum, pode parecer apenas um “jogo de posição” em ranking internacional. Mas a mensagem é clara: o Brasil continua sendo uma grande economia, mas cresce menos do que poderia e do que alguns concorrentes. Em tempos de capital disputado, cadeias globais em reconfiguração e competição por investimentos, estar dentro ou fora do top 10 é mais do que um título simbólico — é um termômetro de competitividade e de como o país se projeta no mundo.
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