China avança no projeto de maior túnel ferroviário submarino do mundo, uma obra que desafia a engenharia global | DMA Notícias

Obra monumental deve levar mais de uma década e desafiar tecnologias estruturais no fundo do oceano.

Criação por IA

A China prepara mais um marco monumental da engenharia moderna: a construção de um túnel ferroviário submarino de 123 quilômetros sob o Estreito de Bohai, conectando as penínsulas de Liaodong e Shandong, no nordeste do país. O projeto, estimado em cerca de 230 bilhões de reais, promete ser a maior e mais profunda obra desse tipo já realizada, superando inclusive o Eurotúnel (Reino Unido–França) e o Túnel Seikan (Japão). Trata-se de uma iniciativa de escala tão grandiosa que deve levar mais de uma década entre escavação, instalação e testes operacionais.

Para compreender a magnitude do empreendimento, basta observar que o túnel deverá atravessar uma região com profundidades variáveis, fortes correntes marítimas e intenso tráfego naval. Apenas a fase de preparação envolve estudos geológicos complexos, mapeamento sísmico, análises de solo marinho e modelagens estruturais capazes de suportar a pressão oceânica por um século ou mais.

O Estreito de Bohai é considerado um dos pontos mais desafiadores da costa chinesa, com áreas sujeitas a terremotos e terreno geológico irregular. Por isso, o projeto deve combinar túnel de escavação (TBM), trechos de tubos imersos pré-fabricados e seções profundas reforçadas por estruturas de alta resistência — tecnologias que, juntas, representam o ápice da engenharia civil atual.

Engenheiros chineses afirmam que o túnel não será apenas ferroviário: a ideia é criar um corredor multimodal, permitindo a passagem de trens de alta velocidade, carga e serviços estruturais. Quando concluído, reduzirá de 8 horas para aproximadamente 40 minutos o trajeto entre Dalian (Liaodong) e Yantai (Shandong). Além de benefícios logísticos, o túnel integrará economias regionais, aliviará portos sobrecarregados e criará um corredor direto entre o Nordeste chinês e outras regiões industriais estratégicas do país.

O custo bilionário se justifica não apenas pelo tamanho da obra, mas também pelos sistemas de segurança que serão implementados: rotas de escape internas, túneis auxiliares, monitoramento eletrônico contínuo, sensores de pressão, câmaras de evacuação e mecanismos automáticos de resposta a emergências. Cada elemento precisa funcionar com precisão absoluta, já que o túnel deve operar sob dezenas de metros de água e suportar forças externas intensas por décadas.

Projetos dessa escala mostram como a engenharia chinesa vem elevando continuamente a fronteira do possível. O país já possui recordes em pontes, ferrovias de alta velocidade e megaconstruções, mas um túnel de 123 km sob o oceano representa um novo salto tecnológico — um lembrete de que a inovação em infraestrutura continua sendo uma das principais forças do desenvolvimento chinês.

Se o cronograma for mantido, o túnel do Estreito de Bohai deve entrar em operação na década de 2030, transformando o mapa logístico da China e tornando-se uma das maiores proezas já realizadas pela engenharia humana. Uma obra que não apenas liga penínsulas, mas que provoca admiração no mundo inteiro pelo tamanho do desafio e pela capacidade de uma nação pensar grande.

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