Coluna JB Telles | DMA Notícias
Quando o racismo aparece, a justiça precisa agir; quando o futebol emociona, aprendemos com ele. Uma coluna que confronta erros e celebra a essência do esporte.
Punição, já!
Depois de ouvir as mais diversas manifestações sobre a ocorrência, para comprovar o fato assisti ao vídeo que mostrou a repugnante manifestação de três integrantes da torcida do Avaí, duas mulheres e um homem, uma de forma mais agressiva, contra membros da torcida do Clube do Remo, no jogo do último sábado. Tipificada como atos de racismo, injúria racial e xenofobismo, a manifestação ganhou repercussão negativa até em veículos internacionais, rendendo notas oficiais dos clubes envolvidos e suas federações e posições do Ministério Público e as Defensorias Públicas de Santa Catarina e do Pará.
É lamentável que isso ainda ocorra e da forma como se manifestou. Os réus não podem justificar – como costumam fazer – que foi no calor de uma discussão, muito menos que estavam sendo ameaçados ou agredidos. As imagens não mentem e contra elas ninguém pode se manifestar.
Tão logo constatou o ocorrido, o Avaí (responsável pela segurança do estádio) e que já está em apuros pelos atos de violência entre torcedores no mesmo jogo, comunicou punição à torcedora mais agressiva, integrante do seu quadro social.
Por seu turno, a Orbenk, onde a ré prestava serviço, também emitiu nota informando que sua colaboradora “foi imediatamente afastada de suas atividades e a empresa deu início aos procedimentos previstos em seu processo de compliance e Código de Ética e Conduta”. Sem dúvida medidas salutares, mas ainda insuficientes para minimizar a irrecuperável mancha produzida contra Santa Catarina e seu povo, e, especialmente sua tradição de bem receber irmãos de todos os estados e de qualquer parte do mundo.
É preciso que as ações não fiquem apenas nas notas e nas manifestações, mas avancem com medidas que apliquem rigorosas punições pessoais aos envolvidos.
Torcedor em dose dupla.

Há quem critique, há quem rejeite e há os que aprovam uma pessoa torcer por mais de um clube. Estou entre os que aprovam. Outro dia, quando o Flamengo levou três vezes mais torcedores do que o seu adversário Sport, em jogo disputado em Recife, perguntara sobre isso ao Filipe Luís, o catarinense técnico do rubro-negro carioca. E Filipe Luís não se omitiu em confessar que é Flamengo desde criança, mas torce também pelo Figueirense. Nada demais, apenas a confirmação do que ocorre com a grande maioria de torcedores brasileiros. A individualidade da torcida deve ficar restrita à uma cidade, onde cada um tem sua preferência. Mas em se tratando de uma país com as dimensões continentais como o Brasil, normal ter duas ou mais preferências, mesmo que uma sempre seja a mais forte. Eu, por exemplo, tenho preferências estaduais, uma Europeia, uma no Continente Sul-Americano e, entre todas, uma única paixão. Que um dia, confessarei!
De olho no futuro.
Avançando no seu projeto de profissionalização, a Confederação Brasileira de Futebol (CBF) está reforçando os treinamentos para expressivo número de sua arbitragem. De Santa Catarina, estão na Granja Comary (Terezópolis/RJ) Charly Wendy Straub Deretti (árbitra); Johnny Barros de Oliveira (AVAR); Rafael Traci (VAR); Ramon Abatti Abel (árbitro); Rodrigo D’Alonso (VAR) e Thiaggo Americano Labes (assistente).
Em Manaus.
Em tempos de tantas dúvidas no que se ouve ou lê, ficamos sem saber a verdade sobre o que rolou antes da confirmação do jogo Amazonas x Coritiba, que pode dar o título da Série B, para o clube paranaense. O primeiro noticiário dizia o Amazonas estava pedindo a transferência do seu mando de campo do jogo contra o Coritiba, para Londrina (norte do Paraná) fruto de uma negociação (ou seria uma negociata?) financeira com uma empresa. Mais tarde uma nota afirmava que a CBF não autorizara a transferência (que seria um absurdo) e, finalmente, o Amazonas veio a público para desmentir a primeira informação.
Para o bem e a honra do futebol, que se cumpra a tabela com a partida sendo disputada no estádio Carlos Zamith.
Euforia antecipada.
Não é pra menos. Passamos as últimas três temporadas sem nenhum clube na Série A do futebol nacional e agora temos a possibilidade de ter dois clubes, sendo que um já está garantido. Pelas possíveis combinações de resultados e o envolvimento dos clubes que brigam pelo acesso, um catarinense estará na elite de 2026: Criciúma ou Chapecoense. As chances teóricas são favoráveis à Chapecoense, com seu jogo em casa, contra o Atlético (GO) e com a vantagem no número de vitórias num possível confronto com o Goiás, que vai enfrentar o Remo. A matemática está à mesa e nela os ‘especialistas’ se aprofundam.
Mas não esqueçam do que sempre afirmo. O futebol não tem e não aceita verdades absolutas.
E no futebol costumamos dizer: “já ganhei jogo perdido e perdi partida ganha”. Logo, cuidado com a antecipada euforia!
