Coluna JB Telles | DMA Notícias
No Scarpelli, o campeão será conhecido — mas o futuro de Figueirense e Joinville exige respostas muito além da taça.

Pintou o Campeão!
Me utilizo do bordão usado pelo colega jornalista Fábio Machado, para falar sobre o jogo deste domingo (23) no estádio Orlando Scarpelli, em Florianópolis. Nele, que já foi palco de tantas e importantes jornadas do futebol catarinense, Figueirense e Joinville vão disputar um título cuja conquista precisa ser bem avaliada.
É lógico que ser campeão – e aí não importa qual competição – tem um valor significativo para a história de cada um, mas, igualmente, é preciso avaliar as suas consequências. Figueirense e Joinville, que vão decidir a Copa Santa Catarina, vivem momentos desesperadores nas suas existências. Suas torcidas estão alicerçadas em conquistas que deixaram marcas indeléveis para o futebol catarinense e não suportam mais os dissabores quem as envergonham atualmente. Que o título desta Copa Santa Catarina não seja usado para dar continuidade às promessas, vazias e irresponsáveis, que tentam esconder os fracassos administrativos impostos aos dois tradicionais clubes.
De qualquer forma, pelo bem do futebol, todos os caminhos nos levam para o Orlando Scarpelli.
Casa cheia?
Outra disputa certamente estará nas cadeiras do estádio. Sempre que há um grande jogo, Heriberto Hülse (Criciúma), Arena Condá (Chapecoense), Orlando Scarpelli (Figueirense), Ressacada (Avaí) e Arena (Joinville) se rivalizam para ver quem recebe o maior público da sua história ou na competição. Como alguns anúncios chegam mascarados pela quase sempre visível evasão de renda e público para fugir das exigências legais, é quase impossível definir com precisão o número exato de torcedores. É só ficar ao lado das catracas de acesso, para esta constatação.
Os números.
Por enquanto Chapecoense x América MG (Série B) na Arena Condá, detém o maior público do ano, com 19.225 pagantes. Na mesma competição, Criciúma x Botafogo (SP) teve 19.225 torcedores. Pela série C, no Orlando Scarpelli, Figueirense x Floresta (CE) teve 14.795 pagantes e a primeira partida da decisão da Copa Santa Catarina, na Arena Joinville, recebeu 16.064 torcedores. Resta saber se as marcas serão superadas na grande decisão. Aliás, seria interessante saber qual estádio tem a maior capacidade para o público. Sei que, por razões óbvias, todos estão registrados com menos de 20 mil torcedores.
Vergonha para o esporte.
O que devia ser um dos fatos mais importantes para o esporte catarinense, a posse dos novos integrantes do Conselho Estadual de Esporte, virou um caso de justiça. Rejeitado para a nomeação, o conceituado desportista, Márcio Elísio entrou na Justiça com um Mandado de Segurança, e ganhou liminar, contra o presidente da Comissão Eleitoral da Fesporte, alegando ter sido inscrito regularmente para concorrer a vaga como representante dos atletas, mas foi inabilitado pela já referida comissão. Para mim, nenhuma novidade. Depois que as indicações abandonaram o reconhecimento aos relevantes serviços prestados ao esporte (uma das indiscutíveis qualificações do reclamante, que já foi conselheiro) e passaram a ser direcionadas por interesses de grupos políticos, tudo é possível.
Imagino como está se sentindo o reconhecido e qualificado mestre do esporte, Márcio Elísio, com tamanha traição às tradições esportivas de Santa Catarina.
