Coluna JB Telles
Entre a saudade que jamais será esquecida e a euforia que move o esporte, o sábado conecta duas histórias profundas do futebol sul-americano.

Negligência fatal!
Esse sábado (29) nos remete à lembrança de um momento que jamais gostaríamos de ter vivido. Foi em 29 de novembro de 2016, que o fatídico voo 2933 da LaMia, tirou a vida de 71 pessoas entre atletas, dirigentes do clube, jornalistas e o presidente da Federação Catarinense de Futebol e vice-presidente da Confederação Brasileira de futebol, Delfim Pádua Peixoto Filho que formavam a delegação da Associação Chapecoense de Futebol rumo à decisão da Copa Sul-Americana de Futebol, que seria disputada em Medellin, na Colômbia.
Nada pode confortar o coração de quem lembra desta tragédia, que não deve ser postada como um acidente, mas fruto da criminosa negligência de quem comandava a aeronave: a falta de combustível, a chamada pane seca, provocada pelo inadequado planejamento do voo, que não incluiu combustível suficiente para a rota.
Na tragédia perdi amigos, cuja dor me acompanha até hoje, como Delfim Pádua Peixoto Filho, Fernando Doesse, Sandro Luiz Pallaoro, André Podiacki e Mário Sérgio Pontes de Paiva.
Uma triste lembrança, que só a responsabilidade profissional me faz registrar.
É tetra, é treta…!

Lembram disso? Foi a eufórica manifestação do principal narrador da tv nacional, Galvão Bueno, quando o Brasil ganhou o tetra campeonato de futebol, vencendo a Itália, nas penalidades máximas, após empate em zero no tempo normal, na Copa do Mundo nos Estados Unidos. Agarrado ao seu comentarista, Pelé, Galvão Bueno seguiu a emoção brasileira, não economizando uma euforia que dominava o chamado País do futebol.
Pois neste sábado (29) as torcidas de Flamengo e Palmeiras terão a oportunidade de repetir a manifestação do Galvão gritando, é tetra…é tetra…! na grande decisão em Lima, no Peru.
Mas há favorito para a grande final do principal título do futebol Sul-Americano? Penso que não. A final da Copa Libertadores da América-2025, apresenta um enredo que já foi visto na decisão continental quatro anos atrás (2021). Curiosamente os protagonistas eram os mesmos: Flamengo x Palmeiras. O rubro-negro chega à grande decisão num melhor momento que o adversário, como naquela oportunidade, mas isso não representa favoritismo para um jogo de tamanha importância. Perto de ser campeão brasileiro, superando em pontos justamente o Palmeiras, o Flamengo tem o seu adversário num incômodo jejum de vitórias, correndo o risco de passar o ano sem ganhar títulos.
Isso faz o torcedor creditar ao rubro-negro carioca um favoritismo explícito, posição nem sempre aceita pelo futebol com seus exemplos e suas surpresas.
Mas fica a pergunta, quem será o único clube brasileiro a ser tetra campeão da Libertadores da América?
Aguardemos.
