Coluna JB Telles: Filipe Luís faz história no Flamengo e dá lição de comando, dignidade e futebol catarinense

Uma vez FL… sempre FL…!

Entre a disputa direta com o excelente treinador português, Abel Ferreira e a manifesta saudade no clube de outro lusitano, Jorge Jesus, prevaleceu a competência de Filipe Luís que ganhou, com méritos, a Copa Libertadores da América, dando ao Flamengo a inédito tetra da competição. O catarinense, nascido em Jaraguá do Sul, formado no Figueirense, aonde chegou em 2003, preparado em clubes como Ajax (Holanda), Real Madrid, Deportivo La Coruña, Atlético de Madrid, Chelsea e o próprio Flamengo superou inclusive a eterna desconfiança pelos profissionais “pratas da casa”. Filipe Luís mostrou a sua indiscutível qualidade como treinador e, especialmente, como comandante de um seleto grupo de profissionais. Impondo sua autoridade, ele bateu de frente com “estrelas” e não se deixou levar por manifestações de alguns segmentos da mídia, muito menos permitiu as ingerências administrativas no seu trabalho de campo.

Certa feita, num jogo da Copa do Brasil de 2019, fui convidado pelo amigo Eduardo Leite para assistir Flamengo x Athletico Paranaense, no Maracanã. No camarote da família, Kleber Leite, ex-presidente do Flamengo e pai de Eduardo, me perguntaram sobre o lateral Filipe Luís, que o clube estava desejando contratar. Com ele estavam outros influentes flamenguistas que não mostraram muita confiança na minha resposta. “Além de um grande atleta, é um ser humano excepcional e tem lastro familiar”, afirmei.

A informação daquela noite, se confirmou pouco tempo depois. Filipe Luís veio do Chelsea (Inglaterra) para o Flamengo, cujo técnico era Jorge Jesus.

O tempo confirmou as qualidades do jovem lateral que chegou ao Figueirense e integrou um time de alta qualificação nacional. Fui, digamos, assessor do Filipe, no trato com a imprensa, trabalho que desenvolvia no clube. Logo, nada sobre ele me representava novidade.

Ao ganhar a Libertadores, Filipe só ratificou o que o mundo do futebol pensa sobre ele: Um profissional fora da curva, que pode ganhar ou perder, mas usa o seu comando para o que mais importa: ter uma escalação de acordo com as necessidades de cada jogo, um esquema tático que busca os resultados almejados e o respeito ao compromisso profissional entre as partes, onde clubes e jogadores se devem o máximo de respeito e dedicação.

Sonho que, com o tempo, o Filipe vai chegar ainda mais longe no futebol mundial, para alegria dos que o conhecem e para orgulho de quem o formou: seus pais Moisés e Sueli, que forjaram na criação do filho, um caráter inigualável.

Quem conhece Filipe Luís canta com orgulho: Uma vez Filipe, sempre Filipe…!

Dignidade.

A recente decisão da Copa Libertadores da América, deixou um exemplo dignificante para o futebol brasileiro. Derrotados no campo, a presidente Leila Pereira e o técnico Abel Ferreira, mostram que o Palmeiras é muito maior do que um resultado negativo, seja qual importância ele representar. Depois de receberem suas premiações pelo vice, Leila deixou o reservado do seu clube e foi ao do Flamengo cumprimentar jogadores e dirigentes, sempre estampando um largo sorriso. Já o técnico Abel, após receber sua medalha, caminhou de volta ao seu posto, beijando o seu troféu. E ao final, todos aplaudiram a premiação rubro-negra. Atos que dignificam o futebol.

Só o futebol?

Representantes da Federação Catarinense de Futebol, dos clubes Avaí e Figueirense e da Associação de Clubes, alguns integrantes da imprensa esportiva e de outros segmentos do futebol, foram a Assembleia Legislativa participar do lançamento da Frente Parlamentar do Futebol Catarinense, proposta pelo deputado Mário Mota. Para não ser um discurso com cunho meramente político e interesseiro, a frente terá que centrar suas ações ao futebol raiz. Nada de pensar nos grandes clubes, alguns SAFs, que pagam altos salários aos seus jogadores e até aos seus dirigentes e estão sempre tentando minimizar suas incompetências, com investimento público. Que se direcione um olhar especial para o futebol de base dos pequenos clubes, para o futebol feminino que está agonizando em Santa Catarina e para o futebol amador. Aliás, não entendi a razão da iniciativa não ser uma Frente Parlamentar do Esporte e não apenas do Futebol. Poderiam ser abordados assuntos como a falta de estruturas públicas para o desenvolvimento do esporte, o desinteresse pelas nossas competições estaduais e uma dezena de itens que podem ser mensurados.

O ataque da águia.

Em evento realizado na noite desta segunda-feira (1.12) o Santa Catarina Clube (Rio do Sul) anunciou a sua nova marca, cuja imagem da ponte (que dominava a marca anterior) é substituída por uma Águia em posição de ataque. A tradicional ave foi mantida com a justificativa de que “a águia sempre volta ao ninho onde aprendeu a voar”. Depois de lembrar as existências do CA Juventus e do CA Alto Vale, o Santa também anunciou a empresa Athleta, como fornecedora do seu material esportivo.

Outra novidade foi o retorno de Carlos Berkenbrock, ex-árbitro e um dos principais dirigentes da formação do clube, que estava em litígio com o grupo paulista que comanda o Santa. Berkenbrock foi anunciado como vice-presidente.

Sorte ao Santa.

#JBTelles #FilipeLuis #Flamengo #Libertadores #FutebolBrasileiro #DignidadeNoEsporte #AbelFerreira #LeilaPereira #FutebolCatarinense #SantaCatarinaClube #EsporteSC #ColunaEsportiva

Sobre o autor

Compartilhar em: