Coluna JB Telles: Obrigado, Luxemburgo — e os novos capítulos do futebol catarinense

Obrigado, Luxemburgo.

Controverso em suas decisões, ele realmente comandava não só os times, mas os clubes por onde passou, o agora ex-treinador Vanderlei Luxemburgo anunciou que abandonou a carreira de técnico.

Luxemburgo era o chamado “prato cheio” para a mídia esportiva que dedicou a ele um tratamento muito azedo, por vezes cáustico. Nos velhos e bons tempos, ele não era de levar inverdades para casa. Gostava de ‘retrucar’ seus críticos e, não raras vezes, pagava caro por isso. Os clubes por onde ele passou, e ganhou muitos títulos, sabiam das suas muitas qualidades e conviviam com seus parcos defeitos. E não foi diferente quando passou pela Seleção Brasileira. Foi lá que trabalhei com ele, integrando uma equipe de comunicação capitaneada pelo grande e saudoso jornalista Carlos Lemos.

Nosso primeiro contato foi em São Luis (MA) no jogo Brasil x Iugoslávia, em 1998. Eu já cuidava do credenciamento da imprensa mundial nos jogos da seleção e as normas eram aplicadas a partir das discussões com Luxemburgo. Depois, em Londrina, na Seleção Brasileira Sub-23, a chamada Seleção Olímpica até sua saída da CBF. Austero, Vanderlei sempre primou pela igualdade no trato com os veículos de comunicação. Com ele não tinha preferências ou privilégios. Ele valorizava a todos em absoluta igualdade. O que acabou por dificultar o seu trabalho.

Quando cheguei no Figueirense, em 2002, apliquei algumas regras disciplinantes dos métodos que aprendi com ele, na Seleção. Tanto quanto ele, também tive que superar desconfianças e contrariedades. O que sempre me valorizou perante a ordem e a disciplina, no mundo do futebol.

Ao longo do tempo nos reencontramos no Orlando Scarpelli e em vários estádios brasileiros, sempre com respeito profissional e amizade pessoal.

Certa feita, dirigindo o Cruzeiro, ele veio jogar com o Figueirense e dias após iria enfrentar o Criciúma. Ao tempo da BR 101 sem duplicação, após o jogo (perdeu de 1 a 0) me chamou aos vestiários e junto com o saudoso supervisor, Eduardo Maluf, me pediu informações sobre a viagem de Florianópolis a Criciúma. Informado sobre as dificuldades da época, determinou ao seu diretor: -Vamos de voo fretado! E assim foi. Chegou pela manhã, o jogo era no final da tarde, e ganhou de 3 a 1. Naquele ano o Cruzeiro foi campeão com 100 pontos, 13 à frente do vice Santos, com 87. Foi o ano da tríplice coroa ganhando o Campeonato Mineiro e a Copa do Brasil (invictos) e o Campeonato Brasileiro.

Agora Luxemburgo, cinco vezes campeão brasileiro, anunciou sua aposentadoria como técnico. Não sei se vai continuar como comunicador (é proprietário de uma emissora de Tv no Tocantins) ou se vai ser mordido pela mosca da política.

Por tudo, obrigado, Luxa.

Recopa Catarinense

A Recopa, jogo único que envolve o Campeão Catarinense (Avaí FC) e o Campeão da Copa Santa Catarina (Figueirense) vai ter uma data isolada para a sua realização. O mando de campo é do Avaí, como campeão estadual, e o clássico da Capital pelo estadual será no Orlando Scarpelli. Logo, a Federação Catarinense de Futebol terá que encontrar, após o estadual, uma data para a importante disputa. O que é bom pois vai valorizar e dar mais visibilidade para a disputa.

Novo$ tempo$

Não faz muito tempo o desejo de jogar a Copa do Brasil estava inserido no rol dos sonhos de um clube. Participar da competição era histórico. É só lembrar do nosso maior feito, o título invicto do Criciúma, em 1991, sob o comando de Luiz Felipe Scolari. Foi consagrador. Em 2007 o Figueirense bateu na trave, perdendo de 1 a 0, no Orlando Scarpelli, para o Fluminense. A nova realidade econômica, do futebol e da própria competição, valoriza muito mais “o quanto o clube vai ganhar” por jogo. O lado financeiro superou o técnico. Na nova rota, em 2026, teremos Avaí, Santa Catarina, Chapecoense, Barra, Figueirense e Joinville. Um bom número.

$orte!

Reconhecimento

Nem todo mundo é grato ao seu passado, mas Filipe Luís que veio de Jaraguá do Sul para o Figueirense, tem usado este importante sentimento de gratidão. Por onde passa e onde fala, faz questão de reconhecer que o Figueirense (clube pelo qual confessa torcer) foi o primeiro degrau da sua brilhante carreira como jogador, o que o fez treinador. Campeão da Libertadores e do Campeonato Brasileiro dirigindo o Flamengo, ele merece uma homenagem do seu “ninho”. Aliás, não só ele precisa ser reverenciado. Jorginho, que saiu de Imbituba para ganhar o mundo, tanto quanto Filipe Luís, também merece um reconhecimento. São dois catarinenses que não negam suas origens.

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