Djokovic aos 38: o 101º título e a perseguição a Federer e Connors.

Djokovic mantém viva a chance de igualar ou superar os líderes nos próximos dois anos.

Foto: Vanda Pharmaceuticals Hellenic Championship

Novak Djokovic, aos 38 anos, venceu neste sábado e chegou ao 101º título de sua trajetória no circuito profissional. O feito reforça o lugar do sérvio como 3º maior campeão da história do tênis masculino em número de troféus, atrás apenas de Roger Federer (103) e Jimmy Connors (109). Pela consistência recente e a capacidade de competir na elite em diferentes pisos, dois anos adicionais em alto nível o colocam com chances reais de igualar ou superar as marcas dos rivais históricos.

A vitória que valeu o 101º troféu teve a assinatura típica de Djokovic: gestão precisa dos pontos grandes, leitura tática sobre o saque do adversário e um terceiro set em que o sérvio elevou o nível com devoluções profundas e erro forçado baixo. Em quadra, a imagem que se impõe é a mesma que marcou sua carreira: postura econômica, olhar clínico para os padrões do oponente e a frieza que vira match point em celebração calculada.

Os números ajudam a explicar por que essa perseguição aos líderes é plausível. Djokovic é o atleta com mais de 400 semanas como nº 1 do mundo, dono do recorde de finais de temporada como nº 1 (oito vezes) e maior colecionador de “Big Titles” — o combo que soma Grand Slams, Masters 1000 e ATP Finals. Tem vantagem nos confrontos diretos contra os dois maiores rivais da era, consolidou um inédito Double Career Golden Masters (venceu todos os Masters 1000 ao menos duas vezes) e é o tenista com mais títulos de ATP Finals na história. Some-se a isso o arsenal técnico — devolução agressiva, backhand em linha de alta precisão, saque muito bem variado e a melhor defesa‑transição do circuito — e a equação do favoritismo aos 38 anos volta a fechar.

Em termos de calendário, Djokovic ajustou a temporada para picos de performance nos torneios mais valiosos, sem abrir mão de aparições pontuais em eventos 250/500 que lhe permitem manter ritmo competitivo e, ocasionalmente, empilhar troféus. Nesse cenário, três a quatro títulos por ano o deixam à porta de Federer — e mais um passo de Connors — já no horizonte próximo.

Há, claro, o fator físico. A longevidade do sérvio vem sendo sustentada por rotina de preparação extenuante, recuperação meticulosa e um jogo menos dependente de explosão bruta do que de posicionamento e leitura — atributos que envelhecem melhor. Enquanto o corpo responde e a ambição segue intacta, a matemática do recorde continua a seu favor.

Conclusão: a conquista do 101º título não é só mais um número: é o sinal de que, mesmo na reta final da carreira, Novak Djokovic permanece protagonista — e que a corrida pelo topo da lista de campeões segue aberta. Para quem acompanha a história em tempo real, vale preparar o cronômetro: os próximos dois anos prometem capítulos decisivos.

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