Economia – o que os números sinalizam.

Mesmo com déficit fiscal, a economia da sinais positivos.

DMA – IA

A fotografia do dia é positiva para os ativos locais e moderada para a atividade real. O PIB avançou 0,4% no segundo trimestre de 2025 (dado dessazonal), sinalizando continuidade de crescimento com tração puxada por serviços e consumo, enquanto a indústria reage de forma desigual e o investimento segue sensível ao custo do crédito. Em paralelo, o Ibovespa rompeu a marca de 150 mil pontos pela primeira vez, em movimento apoiado por expectativa de juros mais baixos adiante, resultados corporativos consistentes e fluxo estrangeiro; o dólar recuou em compasso de espera pela decisão do Copom, com parte do mercado precificando espaço para manutenção do ciclo de cortes ou, no mínimo, comunicação que preserve a âncora de expectativas de inflação. No pano de fundo, o Brasil mantém posição como 10ª maior economia do mundo em valor de PIB, mas convive com um quadro fiscal que ainda exige disciplina: em setembro de 2025, o setor público consolidado registrou déficit de R$ 17,5 bilhões, lembrando que a queda sustentável dos juros depende da combinação entre receitas estruturais, controle de despesas e credibilidade do arcabouço.

Para os próximos meses, a tendência central é de pouso suave: crescimento menos volátil, inflação em gradual acomodação e espaço para afrouxamento monetário calibrado, condicionado ao comportamento dos núcleos de preços e da inflação de serviços. Se o Copom confirmar uma comunicação crível e o fiscal avançar em execução, a curva longa tende a ceder, aliviando o custo de capital e abrindo janela para reativação do investimento. Na Bolsa, o patamar histórico depende de lucros sustentáveis e de reformas micro (crédito, garantias, tributação de investimentos) que destravem produtividade; no câmbio, o diferencial de juros, os termos de troca e o fluxo global continuarão ditando o ritmo. Em suma, o dia combina atividade em alta moderada, mercados em modo construtivo e um alerta claro: sem foco fiscal e consistência na política monetária, o ganho de confiança perde fôlego; com eles, 2026 pode começar com uma economia mais previsível, juros menores e ambiente favorável ao investimento.

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