Eleições na Argentina

Milei diante do desafio da governabilidade.

DMA – IA

Argentina vota no domingo (26): metade da Câmara e um terço do Senado em jogo — e a governabilidade de Milei no centro do debate

A Argentina realiza neste domingo (26) suas eleições legislativas de meio de mandato: serão renovadas 127 das 257 cadeiras da Câmara de Deputados e 24 das 72 cadeiras do Senado. É a primeira eleição nacional com a Boleta Única de Papel (cédula única), adotada após a reforma eleitoral de 2024.

O que está em disputa

  • Câmara dos Deputados: renovação de 127 assentos (50%).
  • Senado: 24 assentos (1/3); apenas oito distritos elegem senadores neste ciclo: Cidade de Buenos Aires, Chaco, Entre Ríos, Neuquén, Río Negro, Salta, Santiago del Estero e Tierra del Fuego.

Pesquisas e clima eleitoral

Levantamento agregado indica disputa apertada no voto nacional para deputados: a coalizão governista La Libertad Avanza (LLA) aparece ligeiramente à frente do principal bloco oposicionista peronista (Fuerza Patria), 36,7% a 34,8%, dentro da margem de erro e com forte polarização por distrito (LLA mais forte na Capital; peronismo, na Província de Buenos Aires). Outros espaços (PRO, UCR e provinciais) tendem a decidir cadeiras-chave.

O clima de campanha é dominado por temas econômicos (inflação, atividade e renda) e pela estreia da boleta única, vista como mudança operacional relevante; a Justiça Eleitoral confirmou o padrão nacional de 26 de outubro e o padrão de votação atualizado.

O que as urnas significam para Milei

Mesmo com bom desempenho, projeções independentes avaliam que o governo deve continuar em minoria no Congresso e depender de alianças ad hoc para aprovar reformas estruturais — cenário de governabilidade negociada com PRO, setores peronistas não-kirchneristas e partidos provinciais. Ganhos eleitorais, contudo, podem fortalecer politicamente a agenda e dar estabilidade à estratégia econômica.

O pleito de 26 de outubro redefine o peso de Milei no Congresso — e, com ele, as chances de destravar (ou frear) reformas, num Parlamento que tende a permanecer fragmentado e negocial.

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