EUA destroem “narco-submarino” no Caribe.
Cartéis sob pressão.

EUA destroem “narco-submarino” no Caribe.
Sábado, 18 de outubro de 2025 — O governo dos Estados Unidos confirmou hoje que duas pessoas sobreviveram a um ataque militar contra um submarino de baixa assinatura (semissubmersível) suspeito de transportar drogas no Caribe. O presidente Donald Trump afirmou que os sobreviventes — um colombiano e um equatoriano — serão repatriados para responder a processo em seus países. Segundo o presidente, outros dois tripulantes morreram na ação, realizada na quinta-feira (16/10). O Pentágono divulgou um vídeo do ataque, em que o casco semi-submerso avança antes de explosões atingirem a embarcação.
Trump celebrou a operação como “minha grande honra destruir um SUBMARINO MUITO GRANDE CARREGADO DE DROGAS”, dizendo que a inteligência americana indicava carga majoritária de fentanil e outras substâncias. Ao mesmo tempo, o presidente reiterou sua tese de que os EUA travam um “conflito armado” contra cartéis, base jurídica que sua Casa Branca vem usando para empregar força letal militar no mar contra embarcações suspeitas.
O que se sabe sobre a operação
- Data e local: o ataque ocorreu na quinta (16/10), em área caribenha não especificada oficialmente. As Forças Armadas americanas resgataram dois sobreviventes e os mantiveram a bordo de um navio de guerra até a decisão de repatriá-los, anunciada hoje por Trump.
- Perfil da embarcação: a Casa Branca e o Pentágono descrevem o alvo como um “narco-submarino” — uma semissubmersível de perfil baixo, comum em rotas de tráfico, na qual parte do casco navega abaixo da linha d’água para reduzir detecção.
- Vítimas: Trump elevou hoje para dois mortos o número de tripulantes que não sobreviveram; outros dois foram resgatados com vida.
A posição de Trump
Trump tem usado os ataques como vitrine de uma doutrina de choque: tratar determinados grupos de narcotráfico latino-americanos como “organizações terroristas estrangeiras” e enquadrar as ações como operações de guerra, não de polícia — o que, para críticos, contorna processos penais usuais e dilata o uso de força. Hoje, ao anunciar a repatriação, o presidente reforçou essa leitura e divulgou imagens do ataque.
Série de ataques e saldo de mortos
O episódio desta semana é o sexto ataque reconhecido publicamente desde o início de setembro, numa campanha naval concentrada no sul do Caribe. Com a atualização deste sábado, ao menos 29 pessoas morreram nessas ações, segundo a contagem baseada em comunicados oficiais.
Reações
A Colômbia confirmou que receberá seu cidadão para responsabilização; o Equador afirmou inicialmente não estar ciente de detalhes sobre a repatriação. Especialistas em direito internacional e parlamentares de ambos os partidos, nos EUA, questionam a legalidade e o alcance da estratégia, inclusive diante de relatos de operações encobertas na região e da ausência de transparência sobre provas de carga ilícita antes dos ataques.
Próximos passos
- Processo dos sobreviventes: a repatriação evita que Washington tenha de definir o status jurídico dos detidos em território americano sob leis de guerra — um ponto sensível desde o pós-11 de Setembro.
- Pressão política e judicial: congressistas pedem maior controle e informações sobre a campanha; juristas avaliam se a doutrina Trump rompe consensos de direito internacional no combate ao narcotráfico.
