Foto: Marinho Jesus

Folião nato, Marinho Jesus um leitor do portal, boa praça e gente finíssima, mandou um artigo sobre suas inúmeras aprontadas nos carnavais da Ilha da Magia, a nossa Florianópolis. Agora vamos conhecer uma delas.

Sábado de carnaval, me levanto da cama pela manhã, cantarolando marchinhas de carnaval e, minha mulher Telma, que já estava na cozinha logo disse: “Eh ‘negão’, te acordasses inspirado hein?!”. Fui ao banheiro, logo após tomei um café reforçado e lá pelas 11 horas coloquei um LP de Samba de Enredo do Rio; abri uma “gelada” e botei para cantar. Pelo olhar de minha mulher, já se percebia que esse negócio ia dar coisa.

Uma hora da tarde, almocei e então, quando fui trocar de roupa, Dona Telma gritou: “Marinho onde tu pensa que vai?”. Olhei para ela e disse: “Vou sair no Bloco de Sujos!” e ela falou: “Só se for do jeito que tu estás, porque fantasia e roupa eu ‘guardei’ tudo”. Estava sem camisa, de óculos escuro, short e sandálias de dedos. Como não vi alternativa, peguei uma camiseta que estava estendida no varal, carteira no bolso e lá fui eu pegar o ônibus do Monte Verde.

Saltei na Av. Mauro Ramos, subi o Morro da Mariquinha e fui parar na casa da minha irmã Lenita. Ao chegar, observei que tinha um chapéu de palha na parede e umas toalhas de banho no varal. Minha mana perguntou: “Ué, cadê a fantasia? Não vais sair nos Blocos?” logo lhe respondi: “A Telma escondeu a minha roupa, mas eu já tenho outra fantasia”. Assim, já de óculos escuros, tirei a camiseta, botei o chapéu que estava na parede, peguei a toalha de banho do varal, amarrei na cintura e a Lenita pergunta: “Que é isso Marinho, que fantasia é essa”, lhe respondi: “Saída de Praia”. Com aquele calor, não podia ter ideia melhor. Assim, segui para a Praça XV para brincar o carnaval.

Quando a noite caiu, resolvi vir embora e logo peguei o ‘latão’. Quando cheguei em casa, minha mulher me olhou de cima a baixo e disse: “Tu não tens mais jeito mesmo né cara?!”, e eu, com a palavra ‘meia molhada’, lhe respondi: “Amor, não tenho culpa de ser um folião nato. Me perdoa, não faço mais…”.

Estamos há 23 anos casados… Acho que minhas desculpas foram aceitas. Ah, nunca mais saí nos Blocos de Sujos. Feliz carnaval a todos!

Marinho Jesus – Florianópolis

Sobre o autor

Compartilhar em: