Intelbras — da oficina catarinense ao ecossistema de tecnologia.
Série “Gigantes de SC”.

No fim dos anos 1970, em São José (SC), um grupo decidiu transformar um saber local — montar centrais PABX — em projeto de indústria. Nascia, em 1976, a Intelbras. Da bancada de eletrônica às linhas de produção, a marca foi ganhando corpo, mantendo a alma catarinense e aprendendo a competir num mercado que muda na velocidade da tecnologia. Hoje, a Intelbras está presente em mais de 150 mil pontos de venda no Brasil e leva soluções para casas, empresas e provedores de internet, sem perder de vista o compromisso de simplificar a vida de quem usa seus produtos.
A história tem uma constante: crescer ouvindo o cliente. Foi assim ao ampliar o portfólio de telefonia para segurança eletrônica, redes, comunicação e energia (incluindo solar) — combinando hardware, software e serviços. O passo de indústria regional para fornecedora nacional se consolidou com a expansão do parque fabril: a base em São José ganhou reforço de unidades em Santa Rita do Sapucaí (MG), Manaus (AM), Jaboatão dos Guararapes (PE) e, em 2023, a nova planta de Tubarão (SC) dedicada a cabos de rede e fibra óptica, com R$ 60 milhões de investimento inicial. Isso encurtou prazos, espalhou empregos e aproximou a produção dos clientes.
O mercado de capitais abriu outra avenida. No IPO de 2021, a empresa movimentou R$ 1,3 bilhão, capital que financiou capex e aquisições cirúrgicas. Vieram a compra de 75% da Khomp (comunicações) em 2021 e a aquisição integral da Renovigi (energia solar) em 2022, por ~R$ 334 milhões — movimentos que ampliaram competências e velocidade em segmentos em ascensão.
A inovação tem raízes e antenas. Em São José, a companhia implantou uma rede privada 5G Standalone para acelerar P&D de novas aplicações; na China, mantém escritório em Shenzhen com laboratórios próprios para encurtar o caminho entre tendências globais e produtos preparados para o Brasil. É o desenho de uma indústria conectada a ecossistemas locais e globais de tecnologia.
Os números recentes ajudam a contar o que essa estratégia entregou. Em 2024, a Intelbras reportou R$ 4,756 bilhões de receita líquida e R$ 528,4 milhões de lucro líquido; no 3º tri de 2024, registrou R$ 1,244 bilhão em receita líquida. Em 1º de abril de 2025, a empresa concluiu a sucessão de liderança, com Henrique Fernandez assumindo como CEO no lugar de Altair Silvestri, preservando a continuidade da estratégia.
Mas, mais do que indicadores, há uma cultura: proximidade com quem instala, vende e usa; formação técnica de equipes e parceiros; e um jeito de fazer que combina disciplina industrial com curiosidade de laboratório. Nas fábricas e nos centros de suporte, há quem teste, calibre, empacote e atenda — parte invisível da tecnologia que chega à casa do brasileiro e à sala de controle de quem cuida da segurança de um bairro inteiro. Reconhecer esse trabalho é reconhecer décadas de aprendizado coletivo que nasceram em Santa Catarina e hoje conectam um país inteiro.
Linha do tempo — marcos essenciais
• 1976 — Fundação em São José (SC), com foco inicial em centrais PABX.
• 2019 — Aquisição da Seventh (software de monitoramento de vídeo), reforçando o braço de soluções.
• 2021 — IPO na B3 movimenta R$ 1,3 bi; aquisição de 75% da Khomp.
• 2022 — Compra de 100% da Renovigi por ~R$ 334 mi, entrando forte em energia solar.
• 2023 — Inauguração da unidade de Tubarão (SC), investimento inicial de R$ 60 mi (cabos e fibra).
• 2024 — Receita líquida de R$ 4,756 bi; lucro líquido de R$ 528,4 mi.
• 2025 — Henrique Fernandez assume como CEO em 1º/04/2025.

Mais que uma sequência de conquistas, a trajetória da Intelbras mostra o que Santa Catarina constrói quando decide inovar com os pés no chão: indústria que aprende, canais que aproximam, tecnologia que resolve. Fica aqui o reconhecimento — aos fundadores e aos novos líderes, aos engenheiros e às equipes de chão de fábrica, aos parceiros e aos clientes — por uma obra que é, ao mesmo tempo, técnica e humana. O logotipo verde que muitos associam a segurança, conectividade e energia carrega também a história de um estado que escolheu fazer bem feito e crescer junto.
