Jovem indiana “se casa” com corpo do namorado morto e pede pena de morte para pai e irmãos
Caso de Aanchal Mamidwar, que realizou casamento simbólico com o namorado assassinado pela própria família, expõe violência de crimes de honra e preconceito de casta na Índia.

Aconteceu o inusitado e profundamente trágico na Índia. A jovem Aanchal Mamidwar, de 21 anos, realizou uma espécie de casamento simbólico com o corpo do namorado, Saksham Tate, após ele ter sido assassinado, segundo as investigações, pelo pai e pelos irmãos da própria jovem. O caso aconteceu no distrito de Nanded, no estado de Maharashtra, e ganhou repercussão nacional e internacional.
De acordo com a imprensa local, Saksham, de pouco mais de 20 anos, foi morto a tiros e golpeado na cabeça após uma discussão com o irmão de Aanchal. A motivação do crime seria o fato de o rapaz pertencer a uma casta considerada inferior pela família da jovem, o que caracteriza o episódio como um possível crime de honra ligado a preconceito de casta, ainda presente em diversas regiões do país. O pai e os irmãos da jovem foram presos e respondem por homicídio e outros crimes conexos.
Logo após a morte de Saksham, Aanchal foi até a casa do namorado para o velório e, diante do corpo, realizou rituais que simbolizam o casamento na tradição hindu. Ela colocou cúrcuma no corpo do namorado, usou sindoor (o pó vermelho colocado na testa pelas mulheres casadas) — em algumas versões, usando o próprio sangue do jovem — e declarou que aquela união era a forma de tornar o amor dos dois “imortal”, mesmo diante da tragédia. Imagens e vídeos da cerimônia simbólica circularam amplamente nas redes sociais indianas.
Além de enfrentar o luto, Aanchal passou a exigir justiça em público. Em entrevistas e declarações à imprensa, ela pede que o pai e os dois irmãos sejam condenados à pena de morte, classificando o assassinato como um crime de honra brutal e premeditado. A jovem também acusa dois policiais de uma delegacia local de terem instigado o irmão a matar o namorado, após ela se recusar a registrar uma queixa contra Saksham. As acusações estão sendo investigadas pelas autoridades.
O caso reacende o debate sobre violência de honra, discriminação de casta e controle familiar sobre relacionamentos na Índia. Organizações de direitos humanos voltaram a cobrar ações mais firmes do poder público para coibir crimes motivados por preconceito de origem, religião ou casta — muitos deles tendo jovens casais como alvo.
Enquanto o processo corre na Justiça indiana, a história de Aanchal Mamidwar e Saksham Tate choca pela violência, mas também pela reação da jovem, que transformou o último adeus em um gesto de protesto contra a própria família e contra um sistema de discriminação que, na visão dela, tirou a vida do homem que amava.
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