Mapa político América do Sul

Direita e Centro-Direita avançam e reequilibram o quadro político da América do Sul.

DMA – IA

Quadro político da América do Sul: nova maré à direita, resistência à esquerda

Após a vitória de Rodrigo Paz Pereira na Bolívia, o mapa sul-americano exibe um reequilíbrio: Argentina, Paraguai, Bolívia, Peru e Equador hoje são governados por lideranças de perfil direita/centro-direita; Brasil, Chile, Colômbia, Venezuela, Uruguai, Guiana e Suriname mantêm chefes de Estado esquerda/centro-esquerda. A seguir, o quem é quem e uma leitura do momento.

Quem governa cada país

Direita / centro-direita

  • Argentina — Javier Milei (presidente). Liberal de direita, no cargo desde 2023.
  • Paraguai — Santiago Peña (presidente). Conservador do Partido Colorado, empossado em 2023.
  • Bolívia — Rodrigo Paz Pereira (presidente eleito). Vitória no 2º turno marcou guinada após quase 20 anos de hegemonia do MAS. Posse anunciada para novembro de 2025.
  • Peru — José Jerí (presidente interino). Assumiu após impeachment de Dina Boluarte, em outubro de 2025.
  • Equador — Daniel Noboa (presidente). Reeleito em 2025 para mandato completo.

Esquerda / centro-esquerda

  • Brasil — Luiz Inácio Lula da Silva (presidente). Mandato iniciado em 2023.
  • Chile — Gabriel Boric (presidente). Em fim de mandato; eleição geral marcada para 16 de novembro de 2025.
  • Colômbia — Gustavo Petro (presidente). Eleito em 2022; governo de esquerda em seu último ano.
  • Venezuela — Nicolás Maduro (presidente). Empossado para terceiro mandato em janeiro de 2025.
  • Uruguai — Yamandú Orsi (presidente). Tomou posse em março de 2025 pela Frente Ampla.
  • Guiana — Irfaan Ali (presidente). Reeleito e no cargo; governo de centro-esquerda.
  • Suriname — Jennifer Geerlings-Simons (presidente). Eleita pelo Parlamento em julho de 2025.

O que explica a “volta” da direita

  1. Cansaço econômico e custo de vida. Inflação, câmbio pressionado e baixo crescimento abriram espaço para discursos de ajuste, desregulação e atração de investimento privado (Argentina, Bolívia, Equador).
  2. Crise de governabilidade. Fragmentação partidária e protestos sustentados corroeram governos incumbentes e fortaleceram candidatos de “ordem e gestão” (Peru, Chile em transição).
  3. Agenda de segurança. Avanço do crime organizado e migração de conflitos para o debate cotidiano favoreceram promessas de endurecimento (Peru pós-impeachment; tensão EUA-Colômbia pesa no entorno).

O contrapeso da esquerda

Em paralelo, Brasil, Chile, Colômbia e Uruguai sustentam agendas sociais e ambientais com graus distintos de pragmatismo fiscal; a Venezuela segue num regime autoritário de orientação chavista; Guiana e Suriname combinam exploração de recursos (petróleo/mineração) com políticas sociais progressistas. Esse bloco atua como âncora de integração regional (Mercosul/Unasul) e modera o pêndulo político.

Tendência: reequilíbrio, não hegemonia

A “onda” atual indica reequilíbrio mais do que substituição total. Com economias frágeis e congressos fragmentados, os novos presidentes devem buscar coalizões ao centro para aprovar reformas. A agenda comum deve incluir:

  • melhora do ambiente de negócios e investimento;
  • programas sociais focalizados;
  • segurança pública e combate a crime organizado;
  • integração energética e infraestrutura transfronteiriça.
    O tabuleiro seguirá híbrido, com alternância frequente em ciclos curtos.

Sobre o autor

Compartilhar em: