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B-2 Spirit: o bombardeiro “invisível” que sustenta a dissuasão dos EUA

Símbolo do poder aéreo norte-americano, o B-2 Spirit é um bombardeiro estratégico de longo alcance e baixa observabilidade, capaz de empregar armas nucleares e convencionais com precisão e penetrar defesas aéreas de alta densidade. Em operação desde o fim dos anos 1990, segue como peça central da estratégia de dissuasão até a chegada do B-21.

Poder de destruição e alcance

Com carga útil acima de 18 t, o B-2 pode lançar JDAM, JASSM/JASSM-ER e, para alvos superfortificados, a GBU-57 Massive Ordnance Penetrator (30 mil lb) — arma que registrou uso inédito em combate em 22 de junho de 2025. A combinação de autonomia superior a 6.000 milhas náuticas (sem reabastecer) e reabastecimento em voo permite ataques globais partindo do território continental dos EUA.

No braço nuclear, o B-2 está certificado para empregar a bomba B61-12, cuja modernização foi concluída pela NNSA no fim de 2024.

Por que “é difícil de ver” no radar

A furtividade do B-2 resulta do conjunto de soluções, não de um único truque:

  • Asa-voadora com alinhamento de bordos (planform alignment) e superfícies sem quinas salientes, reduzindo reflexos de radar.
  • Compartimentos internos para armas (nada pendurado sob as asas).
  • Materiais/recobrimentos absorventes de radar e geometria de entradas de ar em “S”, que escondem as pás do compressor.
  • Exaustão misturada e carenagens que atenuam a assinatura infravermelha.
    O resultado é uma seção reta radar extremamente baixa, “reportadamente comparável à de um pássaro pequeno”, o que complica a detecção/engajamento até por sistemas modernos.

Modernizações

Para manter a eficácia, a USAF vem atualizando a frota com:

  • Radar AESA do Radar Modernization Program (RMP), substituindo antena/transmissor legados.
  • Defensive Management System – Modernization (DMS-M) para ampliar consciência de ameaças e integração de guerra eletrônica.
  • Pacote de comunicações/satcom e melhorias de manutenção, reduzindo os ciclos de depot.

Quantas aeronaves existem — e quanto custa uma

  • Produção total: 21 unidades.
  • Perdas/baixas: 1 aeronave perdida em 2008 (Guam); outra, avariada em 2022 (Whiteman), não será reparada — decisão anunciada em 2024.
  • Frota operacional hoje: 19 B-2.
  • Custo unitário: o custo médio por aeronave, incluindo P&D (custo de programa), é citado em US$ 2,1 bilhões — o que faz do B-2 um dos aviões mais caros já construídos.

Ficha técnica essencial

  • Tripulação: 2
  • Propulsão: 4 turbofans GE F118-GE-100
  • Teto/Velocidade: até 50 mil pés; alto subsônico
  • Alcance (sem reabastecer): 6.000 milhas
  • Carga útil: 40.000 lb ou 18 toneladas.
  • Base principal: Whiteman AFB (Missouri), 509th Bomb Wing.

Em uma frase: o B-2 Spirit combina furtividade de verdade com alcance intercontinental e armas de precisão pesadas — uma plataforma desenhada para abrir caminho em ambientes antiaéreos complexos e, quando necessário, entregar o golpe mais duro do arsenal aéreo dos Estados Unidos.

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