Motorista de app mata mulher trans na Bahia, leva corpo à delegacia e é liberado

Rhianna, de 18 anos, foi morta em Luís Eduardo Magalhães; motorista de 19 anos confessou o crime, entregou o corpo na delegacia e responde em liberdade, caso gera revolta e reacende debate sobre violência contra pessoas trans.

Foto: Reprodução/TV Bahia

Uma mulher trans de 18 anos, identificada como Rhianna Alves, foi morta por um motorista de aplicativo de 19 anos na noite de sábado (6), em Luís Eduardo Magalhães, no oeste da Bahia. Após o crime, o rapaz levou o corpo da jovem no próprio carro até a delegacia da cidade, confessou o homicídio e, mesmo assim, foi liberado para responder em liberdade, segundo a Polícia Civil baiana.

De acordo com a versão registrada no boletim de ocorrência, o motorista encontrou Rhianna em Barreiras, cidade vizinha a cerca de 90 km, onde teria contratado a jovem para um programa. Depois do encontro, ele a levava de volta quando começou uma discussão dentro do veículo. O suspeito alegou que ela teria ameaçado expô-lo publicamente ou acusá-lo de estupro, e afirma que agiu em legítima defesa ao aplicar um golpe de “mata-leão”, que resultou na morte da vítima.

Após o estrangulamento, o motorista dirigiu até a porta da delegacia com o corpo de Rhianna ainda dentro do carro. Uma equipe do Samu foi acionada, mas a jovem já estava sem vida. A Polícia Civil informou que o rapaz se apresentou espontaneamente, confessou o crime e ficou à disposição da autoridade policial, mas, como não houve flagrante na cena do homicídio nem ordem de prisão preventiva, ele foi liberado e deve responder ao inquérito em liberdade. O caso é investigado pela Delegacia Territorial de Luís Eduardo Magalhães, e o Ministério Público da Bahia (MP-BA) já requisitou informações para avaliar as próximas medidas.

A morte de Rhianna ocorre em um país que segue sendo um dos mais perigosos do mundo para pessoas trans. De acordo com o mais recente dossiê da Associação Nacional de Travestis e Transexuais (ANTRA), 122 pessoas trans e travestis foram assassinadas no Brasil em 2024, mantendo o país, pelo 17º ano consecutivo, como aquele que mais mata pessoas trans no planeta. A maior parte das vítimas é formada por jovens mulheres trans negras, empobrecidas e em situação de vulnerabilidade, com forte concentração de casos na Região Nordeste.

Entidades de direitos humanos e coletivos LGBTQIA+ vêm cobrando investigação rigorosa, transparência no andamento do inquérito e responsabilização efetiva, lembrando que casos como o de Rhianna se somam a um quadro estrutural de violência e impunidade contra pessoas trans no Brasil. Enquanto o processo segue em curso, a família, amigos e movimentos sociais pedem justiça e que o assassinato não seja tratado apenas como mais um número nas estatísticas.


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