Papa Leão XIV recebe camisa do Criciúma.

Um gesto que acende a fé de um país de maioria cristã.

Foto: Reprodução X

A manhã no Vaticano teve sabor catarinense. O Papa Leão XIV recebeu hoje (12 de novembro de 2025) a camisa do Criciúma Esporte Clube, em um momento que emocionou torcedores do Tigre e os criciumenses espalhados pelo Brasil. A peça, personalizada, foi adquirida por Beto Benedet e enviada por intermédio dos padres André Dalló, Gabriel Dalmolin e Jader Varela, da Diocese de Criciúma, sendo entregue pessoalmente por Dom Anuar Battisti, arcebispo emérito de Maringá. O registro integra a série de encontros do novo pontífice com representantes brasileiros ao longo desta semana.

No Vaticano, gestos simbólicos têm força própria — e, quando a camisa vem de um clube de história popular, o elo com a arquibancada se torna imediato. Para a comunidade de Criciúma, o presente é um reconhecimento cultural: o futebol como linguagem afetiva capaz de atravessar fronteiras e chegar à Praça de São Pedro. Para os católicos, o encontro reforça a dimensão pastoral do papado de Leão XIV, que tem mantido agenda intensa e proximidade com temas do cotidiano, inclusive culturais.

O episódio também reacende um dado que ajuda a explicar a repercussão nacional: o Brasil é o país com o maior número de católicos do mundo — cerca de 182 milhões de fiéis, algo em torno de 13% do total global, segundo os anuários mais recentes do Vaticano. Em outras palavras, quando o Papa recebe um símbolo brasileiro, a fé se sente convocada; a notícia ganha capilaridade que vai muito além das fronteiras do futebol.

Do lado catarinense, a articulação envolveu igreja local e leigos, numa costura que valoriza o pertencimento regional: padres da Diocese de Criciúma como mensageiros, um torcedor como doador e um arcebispo brasileiro como portador do presente. É a força das redes comunitárias que faz um objeto simples ganhar significado — o pano vira história, a camisa vira ponte.

Para o torcedor, fica a memória de um dia em que o amarelo-preto atravessou o Atlântico e entrou nas mãos do sucessor de Pedro. Para os fiéis, a lembrança de que símbolos populares podem ser canais de evangelização e encontro — especialmente no Brasil, gigante cristão por número de fiéis e berço de expressões religiosas vibrantes que dialogam com cultura, solidariedade e comunidade.

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