As Três Marias: o “cinturão” de Órion que parece pequeno, mas abriga gigantes muito maiores que o Sol
Alnitak, Alnilam e Mintaka são estrelas quentes e massivas do Cinturão de Órion, visíveis de quase todo o planeta. Por trás do brilho discreto a olho nu, há supergigantes a centenas — e até milhares — de anos-luz.

Quem olha para o céu em uma noite limpa costuma reconhecer rapidamente três pontos alinhados, como se alguém tivesse “costurado” uma faixa luminosa no firmamento. No Brasil, muita gente chama de Três Marias. Na astronomia, elas são o Cinturão de Órion: Alnitak, Alnilam e Mintaka. Elas parecem pequenas — quase delicadas — porque estão absurdamente distantes. Mas a verdade é que estamos olhando para gigantes.
Essas três estrelas são azuladas por um motivo simples e fascinante: são muito mais quentes do que o Sol. Em geral, estrelas azuis e branco-azuladas são mais massivas, queimam “combustível” mais rápido e vivem menos tempo do que estrelas como a nossa. E as Três Marias se encaixam exatamente nesse perfil: são estrelas jovens em termos cósmicos, nascidas em uma região rica em gás e poeira, dentro do grande complexo de nuvens de Órion.
A Alnitak, na ponta leste do cinturão, não é “uma estrela só”: trata-se de um sistema múltiplo cujo astro principal é uma supergigante azul do tipo O, entre as mais quentes e brilhantes que enxergamos no céu. Ela está na mesma linha de visão de nebulosas famosas da região, o que reforça a sensação de que o cinturão é uma “porta de entrada” para um dos cenários mais bonitos do céu profundo.
No centro está a Alnilam, uma supergigante azul (classe B) que impressiona pelos números: é extremamente luminosa e massiva, muito além do padrão do nosso Sol. O que nos chega é um brilho relativamente “comportado” porque a distância faz o papel de filtro — e isso, por si só, é uma das surpresas do universo: aquilo que parece apenas um pontinho pode ser um colosso estelar.
Na outra ponta está a Mintaka, também um sistema múltiplo e com uma curiosidade que encanta observadores: ela fica muito próxima do equador celeste, o que ajuda a explicar por que as Três Marias são visíveis de tantas regiões do planeta e por que, em determinadas épocas do ano, parecem “cruzar” o céu de forma tão marcante.
E aqui está o ponto que realmente muda o nosso olhar: as Três Marias não são apenas bonitas. Elas são uma espécie de “placa luminosa” de um bairro estelar vivo, onde nuvens, poeira e novas estrelas convivem. A NASA, em textos do Astronomy Picture of the Day, resume bem a dimensão do cenário: essas estrelas do Cinturão de Órion estão na faixa de centenas a poucos milhares de anos-luz de distância e são mais quentes e mais massivas que o Sol — parte de um ambiente de formação estelar que continua sendo intensamente estudado.
No fim, talvez essa seja a “mística” real das Três Marias: elas nos lembram, com simplicidade, que o universo é feito de escalas que a nossa intuição não domina. O céu que cabe numa janela guarda gigantes, sistemas múltiplos, berçários de estrelas e histórias que atravessam milhares de anos-luz para chegar aos nossos olhos — como um recado silencioso de que sempre existe algo maior para descobrir.
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