Um paraíso chamado Governador Celso Ramos

Série “Cidades de SC”.

Reprodução Facebook

História em poucas linhas

O atual município de Governador Celso Ramos nasceu nas enseadas de águas calmas ocupadas por açorianos no século XVIII. Ali prosperou a Armação da Piedade, antigo entreposto baleeiro — hoje uma vila histórica onde fica a Igreja de Nossa Senhora da Piedade (1745), tombada como patrimônio e um dos símbolos da colonização luso-açoriana no litoral catarinense. A memória local também registra a presença de trabalhadores negros escravizados na armação, peça importante (e muitas vezes invisibilizada) da formação social da região.

Economia e tecido social

A vida econômica ainda pulsa ao ritmo do mar: pesca artesanal, tainha no inverno e a maricultura (criação de ostras e mexilhões) dividem espaço com o turismo, que ganhou força nas últimas décadas, especialmente em praias como Palmas e no distrito dos Ganchos — onde a paisagem de barcos coloridos virou cartão-postal. Em números, o município tinha 16.915 habitantes (Censo 2022) e PIB municipal de R$ 449,6 milhões (2021).

Dinâmica social

Nas comunidades pesqueiras, família, fé e mar se entrelaçam. Estudos acadêmicos sobre a organização socioespacial local mostram a convivência (nem sempre simples) entre atividades tradicionais e o turismo, com desafios de acesso a serviços, mobilidade e preservação cultural — sobretudo nas vilas históricas.

Belezas naturais (o diferencial)

Mar verde, costões de granito e Mata Atlântica formam um mosaico de enseadas e ilhas. A área integra zonas de proteção ambiental (Anhatomirim e Baleia-franca) e está no entorno da Reserva Biológica Marinha do Arvoredo, com rica vida marinha e avistagem de golfinhos nos passeios de escuna.

Praias imperdíveis

  • Palmas — extensa, com boa estrutura e ondas regulares; salva-vidas na alta temporada.
  • Armação da Piedade — cenário histórico, areia clara e águas calmas; combina banho e patrimônio.
  • Ganchos (Canto, do Meio e de Fora) — enseadas abrigadas, trilhas curtas para prainhas entre os costões; paisagem clássica com barcos na água.
Foto: GLT Empreendimentos

Ilhas e mirantes

  • Ilha de Anhatomirim — sede do Forte de Santa Cruz, parada dos passeios; trajeto costuma render encontros com golfinhos.
  • Outras ilhas da região (Grande, Trinta-Réis, Palmas, Maximiliano etc.) ajudam a compor o colar de ilhotas que dá o caráter recortado ao litoral local.

Patrimônio e fé

  • Igreja de Nossa Senhora da Piedade (1745) — tombada, é marco da armação baleeira e da ocupação açoriana.

Desafios e oportunidades

  • Ordenamento do turismo: veraneio pressiona praias e trilhas — é vital manter trilhas sinalizadas, controle de lixo e qualidade da água, especialmente em áreas urbanas como Ganchos do Meio.
  • Preservação da memória: ampliar a interpretação pública da história da armação, incluindo o trabalho escravizado, fortalece a identidade local e o turismo cultural.
  • Economia do mar: políticas estáveis para pesca e maricultura, com assistência técnica e escoamento, ajudam a segurar renda nas comunidades tradicionais.

Serviço rápido

  • Como chegar: a 35–50 km de Florianópolis, acesso principal pela BR-101 com entradas para os bairros costeiros.
  • Quando ir: verão para praias; outono e primavera com clima ameno e mar mais claro; temporada da tainha (inverno) é experiência cultural à parte.
  • Dados-chave: População (2022) 16,9 mil; densidade 132,6 hab./km²; microrregião da Grande Florianópolis.

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