USS Gerald R. Ford no Caribe.
Conheça o maior porta-aviões do mundo e o recado dos EUA à Venezuela.

O USS Gerald R. Ford é o ápice da engenharia naval militar. Projetado para gerar mais surtidas aéreas com menos tripulantes, ele inaugura uma geração de superporta‑aviões com catapultas eletromagnéticas (EMALS), aparelho de parada avançado (AAG) e reatores nucleares de nova geração. Em outubro/novembro de 2025, o Ford foi deslocado ao Caribe como parte de uma demonstração de força dos EUA diante do aumento das tensões com a Venezuela — e sua simples chegada já reorganiza cálculos militares e diplomáticos na região.
Do que estamos falando, em termos de navio: estrutura de cerca de 100 mil toneladas de deslocamento e 337 m de comprimento, com pista e convés angulado capazes de operar uma ala aérea (air wing) de 60 a 75 aeronaves (caças, aviões de alerta e helicópteros). A propulsão por dois reatores nucleares dá autonomia praticamente ilimitada de navegação (limitada por mantimentos), velocidade acima de 30 nós e fornecimento de energia para os novos sistemas. O EMALS substitui as catapultas a vapor, acelerando jatos com maior suavidade e eficiência; o AAG melhora a recuperação das aeronaves. Em defesa de ponto, o Ford combina mísseis antiaéreos (ESSM, RAM) e sistemas de canhão (Phalanx), além de sensores de última geração. Tudo foi pensado para aumentar a cadência de operações, com meta de até ~160 surtidas/dia (pico acima disso em cenário de combate), exigindo menos marinheiros que a classe anterior.
Por que isso importa no Caribe? Porque um porta‑aviões não viaja só. Ele chega cercado por um Carrier Strike Group — cruzadores/contratorpedeiros com mísseis, submarino de ataque e navios de apoio —, o que cria um pacote de dissuasão e capacidade de ataque em profundidade. Em linguagem simples: radar mais longe, aviões mais perto, decisões mais cautelosas do outro lado. No atual contexto, a presença do Ford se soma a patrulhas aéreas e exercícios navais já em curso, elevando o custo de qualquer tentativa de provocação.
Além do impacto militar, há a mensagem política. O envio de seu navio‑símbolo sinaliza que Washington quer impor limites e arbitrar o ritmo da crise — ao mesmo tempo em que mantém a narrativa de combate a ilícitos na região. Para os países vizinhos, a movimentação serve como garantia de segurança e também como alerta de que a temperatura subiu.
Quando o USS Gerald R. Ford aparece no mapa, muda a conversa. É tecnologia, alcance e poder aéreo a partir do mar — um recado claro de que, na crise do Caribe, os EUA estão dispostos a mostrar capacidade antes mesmo de usá‑la.
