Vulcão Hayli Gubbi desperta após 12 mil anos e surpreende o mundo | DMA Notícias
Erupção inesperada do Hayli Gubbi, lança cinzas pelo nordeste da África e expõe a força imprevisível da atividade geológica mundial.

O despertar do vulcão Hayli Gubbi, na Etiópia, causou surpresa à comunidade científica internacional e acendeu alertas em diversos países. Adormecido há mais de 12 mil anos, sem qualquer registro de erupção no período moderno, o vulcão entrou em atividade explosiva nesta semana, lançando uma imensa coluna de cinzas que rapidamente se espalhou pelo nordeste da África e pelo Mar Vermelho.
Localizado na depressão de Afar, uma das regiões geologicamente mais instáveis do planeta, o Hayli Gubbi faz parte de um sistema de vulcões associados ao Rift da África Oriental, onde a crosta terrestre está literalmente se abrindo. A erupção foi descrita por moradores da região de Afdera como um “estrondo repentino”, comparado por muitos a uma detonação. Pouco depois, uma nuvem cinzenta cobriu povoados e áreas de pastoreio, trazendo preocupação para comunidades que dependem diretamente da terra para sobreviver.
Imagens de satélite registradas por centros de monitoramento mostraram que a coluna de cinzas alcançou mais de 13 mil metros de altitude, deslocando-se rapidamente em direção ao Iêmen e Omã. Países asiáticos chegaram a emitir alertas para companhias aéreas, e algumas rotas foram alteradas devido à presença de cinzas em níveis de voo, que podem causar parada de turbinas e danos graves em aeronaves.
Até agora, não há registros oficiais de vítimas, mas os danos ambientais já são visíveis. A cobertura de cinzas compromete pastagens, contamina fontes de água e afeta diretamente animais e plantações. Em regiões remotas como Afar, qualquer impacto ambiental se transforma em impacto humanitário — e a vulnerabilidade dessas populações torna o cenário ainda mais delicado.
A particularidade desta erupção está no fato de ocorrer em um vulcão praticamente desconhecido e sem histórico de atividade recente. Há milhares de anos sem sinais de erupção, o Hayli Gubbi sequer estava entre os vulcões considerados prioritários nos sistemas de monitoramento internacionais. Isso significa que seu despertar repentino revela lacunas importantes na vigilância geológica mundial, justamente num momento em que eventos extremos vêm se tornando mais frequentes e mais impactantes.
O episódio também mostra como fenômenos aparentemente distantes interferem no funcionamento global. Do tráfego aéreo às cadeias logísticas, passando pelo clima regional, uma erupção isolada pode gerar efeitos em cascata. Em pleno século XXI, com tecnologia avançada, satélites de última geração e sistemas sofisticados de alerta, a Terra continua lembrando que sua dinâmica é maior do que qualquer previsão humana.
O despertar do Hayli Gubbi é, ao mesmo tempo, um alerta e uma lição. Alerta porque erupções inesperadas exigem preparação internacional, especialmente em regiões vulneráveis. E lição porque insistimos em acreditar que conhecemos plenamente o planeta — quando, na verdade, ele ainda guarda forças capazes de surpreender a ciência e de mudar rotinas em poucos minutos.
