José Antonio Kast é eleito presidente do Chile e confirma virada à direita no país
Com vantagem ampla na apuração do segundo turno, líder do Partido Republicano vence Jeannette Jara e assumirá em 11 de março de 2026, quando termina o mandato de Gabriel Boric.

O Chile caminha para uma mudança política significativa. José Antonio Kast, candidato do Partido Republicano, é o novo presidente chileno após abrir vantagem considerada decisiva na apuração do segundo turno deste domingo (14), superando a candidata de esquerda Jeannette Jara. Com o resultado apontando um giro claro do eleitorado, Kast retorna ao Palácio de La Moneda depois de ter sido derrotado por Gabriel Boric em 2021 — agora, em um cenário marcado por forte debate sobre segurança pública, crime organizado e imigração.
Quem é Kast? Advogado, ex-deputado e principal nome da direita mais dura no Chile, ele construiu sua candidatura com discurso de “ordem” e defesa de medidas mais rígidas contra a criminalidade, num momento em que o país, apesar de seguir entre os mais seguros da América Latina, vê crescer a preocupação social com violência e atuação de redes criminosas. A vitória também é lida por analistas e pelo mercado como uma guinada pró-negócios, com promessa de mudanças regulatórias e foco em reativar confiança e investimento.
Na campanha, Kast apostou em uma plataforma centrada em endurecimento penal, reforço de fronteiras e políticas mais restritivas de imigração, além de prometer uma agenda econômica mais liberal, com ênfase em eficiência do Estado e estímulos ao setor produtivo. Em matérias sobre seu programa, aparecem como eixos a “emergência” de segurança e migração, além de metas econômicas e propostas voltadas a reduzir entraves e reposicionar o Chile como ambiente mais competitivo para empreender e investir.
A posse já tem data: o presidente eleito assumirá em 11 de março de 2026, quando se encerra oficialmente o mandato do atual presidente Gabriel Boric, conforme o calendário institucional chileno que, desde a redemocratização, fixa a transição nessa data.
A partir de agora, o desafio de Kast deixa de ser eleitoral e passa a ser de governabilidade. A eleição foi disputada em ambiente polarizado e com expectativas altas por resultados rápidos, sobretudo na área de segurança. O próximo capítulo envolve formar equipe, negociar com o Congresso e detalhar quais medidas podem ser implementadas de imediato e quais dependerão de pactos políticos. O que está claro é que o Chile sinalizou nas urnas um recado forte: a agenda de segurança, controle migratório e retomada econômica entrou no topo das prioridades nacionais — e o país inicia um novo ciclo político com a direita no comando.
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